Por Vivi Winner
O transporte rodoviário é a espinha dorsal da economia brasileira. Do alimento na prateleira ao medicamento na farmácia, tudo passa por nossas estradas. Mas você já parou para pensar em quem está por trás do volante, enfrentando quilômetros de desafios todos os dias?
No episódio mais recente do podcast Vivi pra Isso, trouxemos um tema urgente: a sobrevivência dos caminhoneiros e transportadoras diante de mais uma exigência legal — o descanso obrigatório de 11 horas por dia.
Uma Medida Necessária, Mas Inviável?
A princípio, exigir descanso dos motoristas parece justo. Afinal, estamos falando de segurança nas estradas e saúde para quem dirige. No entanto, essa exigência vem sem o suporte necessário para se tornar viável. O que se vê na prática é um cenário onde os profissionais são cobrados por resultados impossíveis, sem a mínima estrutura para cumpri-los com dignidade.
A Realidade da Estrada
O dia a dia do caminhoneiro é um verdadeiro campo de batalha:
- O diesel segue em alta.
- Os pedágios aumentam.
- A carga tributária é de primeiro mundo, enquanto a infraestrutura é de terceiro.
- E o valor do frete? Estagnado, muitas vezes imposto por grandes embarcadores ou políticas públicas que ignoram os custos reais da operação.
Além disso, histórias como a do Seu João, que ficou cinco dias parado na porta de uma empresa sem acesso a banheiro ou sombra, e a do José, motorista feito refém durante um assalto, mostram que o problema vai muito além da regulamentação: falta respeito, segurança e dignidade.
Transportadoras Também Sofrem
Não são apenas os motoristas que enfrentam dificuldades. As transportadoras estão sob pressão constante. Faltam motoristas no mercado — e com razão. As condições são desumanas, e o custo para manter uma operação em conformidade com todas as exigências legais é cada vez mais alto.
O resultado? Empresas encerrando atividades, aumento do desemprego e fretes cada vez mais caros — custo que, inevitavelmente, chega ao consumidor final.
O Que Pode Ser Feito?
A solução precisa ir além da legislação. É hora de repensar o sistema de forma integrada, com ações conjuntas entre governo, empresas contratantes e a sociedade. Algumas propostas:
- Infraestrutura adequada: criação de pontos de parada seguros e bem equipados.
- Responsabilidade dos embarcadores: cumprimento de prazos e condições dignas de espera.
- Segurança nas estradas: combate ao roubo de cargas e proteção aos profissionais.
- Remuneração justa: valorização do trabalho com fretes que cubram os custos e gerem lucro.
Reflexão Final
Enquanto as políticas públicas não olharem para a realidade do transporte rodoviário com seriedade, vamos continuar assistindo à falência silenciosa de um setor que movimenta o país.
Descanso é essencial, mas não pode ser imposto sem estrutura. O que está em jogo não é apenas uma jornada de trabalho — é a sobrevivência de uma categoria e, por consequência, de toda uma cadeia econômica.
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