Muitos empresários do transporte escolhem o Simples Nacional por acreditar que ele é, de fato, o regime mais simples e vantajoso. Mas será que continuar nele mesmo com alto faturamento ainda faz sentido para sua transportadora?
Neste artigo, vamos mostrar por que o Simples pode se tornar um risco fiscal à medida que a empresa cresce e como o Lucro Presumido ou até o Lucro Real podem representar menos imposto e mais lucro desde que com o apoio de uma contabilidade estratégica.
Índice
Por que o Simples deixa de ser tão “simples”?
Apesar do nome, o Simples Nacional não é sempre o mais vantajoso, especialmente no setor de transportes.
Alguns motivos:
- Alíquotas crescentes por faixa de receita (quanto mais fatura, mais paga);
- Tributação sobre o faturamento bruto, mesmo que a empresa esteja com margem apertada;
- Limitações para créditos de ICMS e PIS/COFINS, impactando o custo da operação;
- Risco de desenquadramento por ultrapassar limites ou regras específicas.
No transporte, onde o custo com diesel, manutenção e pessoal é alto, pagar imposto sobre o faturamento pode ser injusto e caro.
O que avaliar antes de mudar para o Lucro Presumido
O Lucro Presumido costuma ser a primeira alternativa para quem está saindo do Simples. Mas essa mudança precisa ser analisada com cuidado.
Alguns pontos a considerar:
- Margem de lucro real da operação;
- Valor das despesas operacionais (combustível, folha, pedágio);
- Possibilidade de usar créditos tributários (ICMS);
- Custo do imposto sobre o lucro presumido x faturamento atual;
- Perfil dos clientes e exigência fiscais.
Exemplo prático:
Uma transportadora com faturamento anual de R$ 4,8 milhões pode, no Simples, estar pagando alíquotas efetivas acima de 13% sobre o bruto. Ao migrar para o Lucro Presumido, essa mesma empresa, com boa gestão de despesas, pode reduzir essa carga para 9% a 11%.
Quando o Lucro Real entra em cena
O Lucro Real é visto por muitos como algo “complexo”, mas em alguns casos ele é o regime que mais gera economia.
Ele é indicado principalmente quando:
- As margens de lucro são apertadas;
- Existem altos custos operacionais dedutíveis;
- A empresa tem incentivos fiscais ou pode gerar prejuízo fiscal compensável;
- Há projetos de expansão ou benefícios fiscais acumulados.
Em resumo: quanto mais custo você tiver (e comprovar), menor será o imposto no Lucro Real.
Casos práticos e alertas de migração
Caso 1: Simples Nacional com prejuízo tributário
Uma transportadora com alto volume de fretes, mas muitos custos operacionais, teve lucro líquido de apenas 3% no ano. No Simples, continuou pagando imposto sobre todo o faturamento, mesmo sem lucro. Ao mudar para o Lucro Real, conseguiu tributar apenas o que realmente lucrou e reduziu em 38% a carga tributária.
Caso 2: Lucro Presumido mal planejado
Outra empresa migrou do Simples para o Lucro Presumido por conta do faturamento. Mas não fez controle contábil adequado e perdeu a chance de utilizar créditos tributários de ICMS. Resultado: pagou mais do que deveria.
⚠️ Alerta: A migração de regime só pode ser feita no início do ano fiscal (geralmente em janeiro). Por isso, o ideal é fazer a simulação ainda no segundo semestre para tomar a decisão com base em números reais.
Como uma boa contabilidade pode te guiar
Mudar de regime tributário não é uma simples troca de tabela, é uma decisão estratégica. Uma contabilidade consultiva e especializada em transportadoras pode:
- Fazer simulações realistas dos três regimes (Simples, Presumido e Real);
- Avaliar indicadores financeiros e operacionais;
- Apontar o melhor caminho tributário, com base nos dados da sua operação;
- Acompanhar mensalmente o desempenho e ajustar o plano.
Ficar no Simples apenas por hábito ou comodidade pode estar tirando dinheiro do seu bolso. Com a ajuda de uma contabilidade estratégica, é possível pagar menos imposto, lucrar mais e crescer com segurança.
Sua transportadora já avaliou se está no regime ideal? Agora é a hora de fazer essa análise, antes que o próximo ano fiscal comece.