Na rotina das empresas, a área fiscal muitas vezes é lembrada só quando as coisas saem do controle: um imposto não calculado, uma nota que não pode ser emitida, ou aquela mensagem no DEC que faz o coração parar por um minuto. Mas a verdade é que o fiscal está nos bastidores de praticamente tudo, influenciando direta ou indiretamente todas as áreas.
Índice
💰 Orçamento: a carga tributária é uma das maiores despesas
Muitas empresas pecam ao não considerar adequadamente os tributos no planejamento financeiro. Se a área fiscal não participa do orçamento, o DRE (Demonstrativo de Resultado do Exercício) vira ficção. A carga tributária é um dos maiores custos de qualquer empresa no Brasil. Deixar a apuração para a última hora, no famoso “vamos ver no mês”, pode resultar em surpresas desagradáveis, comprometendo o resultado financeiro.
🧾 Compras: o barato pode sair caro
Nem sempre o fornecedor “mais barato” é a melhor escolha. Se a nota fiscal vier com o CFOP errado ou se não gerar créditos de impostos, o custo da compra pode aumentar consideravelmente. A área fiscal deve participar das decisões de compras para avaliar não só o preço, mas também a eficiência tributária da operação.
📦 Logística: um jogo de xadrez tributário
A movimentação de mercadorias entre estados exige um verdadeiro domínio das regras fiscais. Um erro na escolha do CFOP ou no entendimento da operação pode resultar em pagamento indevido de ICMS-ST, DIFAL ou até na perda de benefícios fiscais. Por isso, o planejamento tributário precisa caminhar junto com a logística.
📈 Comercial: definir preço sem olhar a operação? Prejuízo na certa!
Formar o preço de venda sem considerar os tributos e a operação fiscal pode comprometer a margem de lucro. O CFOP, o local de entrega e a natureza da operação impactam diretamente na tributação e, consequentemente, na competitividade da empresa.
🛠 TI: parametrização fiscal errada = caos
Os sistemas de gestão (ERP) precisam estar perfeitamente parametrizados para garantir o correto cálculo de tributos e geração das obrigações acessórias. Se a área fiscal não se comunica com a TI, o risco de erros aumenta, e junto com ele as multas e penalidades.
📊 Financeiro: o fiscal evita passivos tributários
O cálculo incorreto de impostos retidos pode gerar pagamentos a maior ou a menor, criando passivos tributários que impactam o fluxo de caixa e o resultado financeiro. Além disso, a área fiscal garante a correta apuração e o cumprimento das obrigações relacionadas a IR, INSS, PIS, COFINS, ISS e outros tributos.
👥 DHO (Departamento Humano e Organizacional): apoio estratégico
Pouca gente percebe, mas o fiscal também apoia o RH: orienta sobre retenções de INSS em RPA, identifica créditos de PIS/COFINS no vale-transporte, faz o PER/DCOMP, envia a DCTFWeb e, em muitos casos, até emite as guias de recolhimento. Tudo isso para evitar riscos trabalhistas e tributários.
O Fiscal: do operacional à estratégia
Muita gente lembra do fiscal apenas na hora do aperto, mas quem conhece sabe: ele é essencial para o bom funcionamento da empresa. Quem começa na área fiscal, como no caso da autora do texto, logo percebe que seu impacto vai muito além das obrigações legais — molda processos, influencia decisões e constrói estratégias.
Trabalhar com fiscal é aprender a olhar além da operação, a ver o todo, a colaborar com outras áreas e, acima de tudo, a ter sempre um plano B… e um café forte!